quarta-feira, 30 de março de 2011

Os cartazes da Art Nouveau

Cartazes da Art Nouveau

Como surgiram

Os cartazes na Art Nouveau surgiram no início da década de 1890, para fugir da idéia de restrição da pintura em cavalete. A preferência dos artistas eram os painéis decorativos, onde pudessem usar maior liberdade com os diversos materiais, buscando produzir relevos e texturas. As litografias e xilogravuras em preto-e-branco e em cores também eram utilizadas pelos artistas. Alguns chegaram até mesmo a desenhar letras, que complementavam os cartazes.
No início da década de 1890, Pierre Bonnard, que trabalhava com a pintura de cavalete, resolveu produzir cartazes. Bonnard destacou-se como um dos mais importantes artistas das artes gráficas, através das suas ilustrações, como as que produziu para a revista La Revue Blanche. Mas a arte dos cartazes já estava presente, graças à Jules Chéret, seu precursor. Com o cartaz que Bonnard fez para a firma de vinho France-Champagne, em 1891, a arte dos cartazes se tornou mais consolidada, devido a ousadia de seu desenho.
A partir desse momento os cartazes começaram a ter grande destaque na época, e começaram aparecer em vários lugares públicos, cabarés e cafés, para fazer propagandas publicitárias, e em cartazes de teatro.

O principal interesse dos artistas do período era a arte gráfica, pois ela lhes permitia alcançar um público mais amplo através de ilustrações de jornais e revistas ou cartazes. (BARILLI, 1991, p.59).

Toulouse-Lautrec sofreu influência de Pierre Bonnard, mesmo seguindo caminhos diferentes.
Nas obras de Toulouse é possível encontrar duas diretrizes para as quais sua arte caminhou:

De um lado, ele objetivou executar um quadro complexo da “vida moderna” registrando cenas típicas da vida pública e captando a atmosfera cotidiana da época. Mas por outro lado, ele procurou simplificar seu mundo visual com o uso de formas lineares bem definidas, vívidas e altamente expressivas. O imenso número de cartazes desenhados por ele para o Moulin Rouge, o Jardin de Paris e outros lugares públicos, e para cabarés e cafés proporcionou-lhe uma excelente oportunidade de desenvolver o “jogo de sombras” de sua arte e de compor uma série de cenas lindamente econômicas, compactas. (BARILLI, 1991, p.100).

Sua obra não foi de grande relevância para a Art Nouveau pelo fato dele não utilizar os elementos mais representativos do movimento, com os motivos florais e as formas orgânicas e ornamentais.

Elementos representados nos cartazes

Os elementos quase sempre são formas femininas, delicadas, formas retiradas da natureza; como florais, linhas orgânicas, sinuosas, assimétricas. A tipografia foi bastante utilizada nos cartazes, modernizou a tipografia desenhando novas formas de letras.


Litografias e xilogravuras em preto-e-branco e em cores eram muito usadas pelos artistas, que puseram em prática o ideal de eliminar a distinção entre belas artes aplicadas, concedendo enorme atenção mesmo ao mais modesto detalhe de frisos ornamentais nas páginas que ilustravam; era sobretudo nesses detalhes, desvinculados de um “tema”, que os artistas podiam entregar-se ás linhas livres e fluidas do art nouveau. Eles voltaram sua atenção até mesmo para as letras, desenhando com entusiasmo novos caracteres. (BARILLI, 1991, p.59).

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