quarta-feira, 30 de março de 2011

Art Nouveau


Nesta seção apresentaremos o movimento Art Nouveau, de forma a retratar não só o contexto histórico da época, mas a origem desse movimento, descrevendo também suas características e citando seus principais representantes.

Contexto histórico

A Era Vitoriana, Arts & Crafts e o Japonismo foram alguns dos movimentos que anteciparam o Art Nouveau, que nada mais é do que a Arte Nova, que buscava quebrar a ligação com os estilismos passados, com os movimentos locais e nacionalistas, entre a arte superior (BELAS ARTES) e inferior (ARTES APLICADAS).


O art nouveau é o estilo transitório que evoluiu do historicismo que dominou o design durante a maior parte do século XIX. Ao substituir esse uso quase servil das formas e estilos anteriores, o art nouveau se tornou a fase inicial do movimento moderno, preparando o caminho para o século XX mediante a rejeição das abordagens anacrônicas do século XIX (MEGGS, 2009, p.249).


Foi um momento aonde a comunicação caminhava com grande rapidez, e as idéias surgiam aos montes. Isso pode testificar-se com a criação da lâmpada incandescente por Thomas Edison, do telefone por Graham Bell, da primeira transmissão de sinal de rádio que cruza o Atlântico até o Canadá e também quando Einsten publica a Teoria da Relatividade.

Foi um tempo de grande abundância cultural, econômica e de informação que podemos chamar de Belle Époque.

A França e a Alemanha brigavam pela Alsácia, que acabou ficando com a Alemanha até a 1ª Guerra Mundial, também aconteceu a queda do II Império da França, que também foi um dos berços da Art Nouveau.

Em meio à comunicação e a produção em massa, o Art Nouveau surge trazendo de volta o valor decorativo e expressivo, que individualiza cada obra.

A origem da Art Nouveau

A Art Nouveau abrangeu primeiramente a Europa e depois se arrastou para o restante do mundo. Estilo Liberty era o nome de uma loja londrina muito famosa, fundada em 1875 por Arthur Lasenby Liberty, que no final do século vendia broches, anéis e semelhantes fabricados no novo estilo. Alguns críticos dizem que o nome art nouveau foi dado por marchand Bing a uma loja especializada na venda de imóveis, tapeçarias e outros objetos do estilo avant-gard, onde o nome foi dado por marchand Bing.


Segundo Pevsner (2001), surgiu entre os anos de 1833-1889, quando o arquiteto e designer Arthur H. Mackmurdo publicou um desenho para a capa do livro Wren’s City Churches. Sobre a influência de William Morris que foi o precursor do movimento buscando romper padrões da industrialização em massa que estava ocorrendo naquela época, e trazendo de volta ao artesanato.


Esse movimento artístico, batizado com tantos nomes, tinha por meta subjacente romper de maneira decisiva com as duas maiores tendências da arte ocidental da segunda metade do século XIX. Essa ruptura só poderia ser feita quando os artistas reconhecessem sua dívida para com cada uma dessas tendências (BARILLI, 1991, p.11).


A Art Nouveau foi um movimento que se recusava a aceitar ligação com o passado, foi um movimento não só decorativo como expressivo. Recusando os movimentos locais e nacionalistas, e também diferenças entre artes superiores (Belas Artes) e inferiores (Artes Aplicadas).

Não foi apenas um movimento dedicado somente a pintura, podemos encontrar características da Art Nouveau em jóias, vasos, vidros, utensílios domésticos, mobília, tapeçaria, estamparias, tipografia, cartazes e capas de livros, esculturas, e na arquitetura.


Características do movimento


A Art Nouveau mostrava uma ornamentação rica por formas florais, curvilíneas e orgânicas sempre assimétricas, tendo seus traços ornamentais que eram divididos em dois pontos, um para a direita e o outro para esquerda e cada traço tinha essa característica que a primeiro momento não poderia ser definido o começo ou o fim da obra.



Em tudo a flor estilizada se torna motivo de eleição. A árvore com as folhagens, a planta e as flores são convocadas para serem modificadas, trituradas, alongadas, dobradas as exigências dos artistas. Entre os principais emblemas da Arte Nova figuram o lis, a íris, a trepadeira, o feto, a papoila, o pavão – esta ave flor-, e as lianas da floresta, cujas linhas onduladas aparecem em relevo nas construções, nos móveis, engendrando a famosa
<<chicotada>> tornada símbolo do Modern Style. (CHAMPIGNEULLE, 1976, p. 94).


O movimento destaca muito a natureza, os animais, a mulher e labaredas que foram expressos em vários campos da arte como pintura, desenho gráfico, vitrais, joalharia, arquitetura, cerâmica, mobiliário, serralharia, escultura e indústria têxtil.



As composições florais, na sua graça ondulante, encerram uma sensualidade e delicada suavidade que evocam naturalmente a mulher. E tão naturalmente que a mulher acaba por se unir à flor nas representações cénicas do panorama da Arte Nova
(CHAMPIGNEULLE, 1976, p. 94).


Os principais artistas que se destacaram nesse movimento foram Gustav Klimt (1862-1918), Alphonse Mucha (1860-1939), Antoni Gaudí (1852-1926), Toulouse-Lautrec (1864-1901), Pierre Bonnard (1867-1947).


Principais artistas


Na arquitetura: Victor Horta, Henry Van de Velde, Charles Rennie Mackintosh, Otto Wagner, Joseph Maria Olbrich, Joseph Hoffmann, Adolf Loos, Hendrik Petrus Berlage, Antoni Gaudí e Hector Guimard.

Nas artes plásticas: Eugène Grasset, Jules Chéret, Alphonse Mucha, Pierre Bonnard, Toulouse-Lautrec, Teophille Steinlen, Felix Vallonton, Gustav Klimt e Edward Munch.



Apesar de então haver muito menos exposições e trocas artísticas que hoje, os artistas procuravam entrar em contacto com os seus colegas estrangeiros que defendiam as mesmas idéias. Bing está em contacto, em Paris, com Meier-Graefe, que veio a ser o fundador da revista Pan em Berlim. Em 1896 Brinckmann, activíssimo director do Museu das Artes Decorativas de Hamburgo, organiza uma exposição de gravuras e cartões. E quem vai buscar? Ao lado dos muniquenses como Th. Heine, vemos figurar o nome do belga Van Rysselberghe, dos ingleses Walter Crane, Dudley Hardy, Beardsley, enquanto Paris envia uma delegação onde figuram Toulouse-Lautrec, Cherét, Steinlen, Puvis de Chavannes, Vallotton, Grasset, Mucha
(CHAMPIGNEULLE, 1976, p. 240).


Nos cartazes: Alphonse Mucha, Jules Chéret, Toulouse-Lautrec, Pierre Bonnard, Aubrey Beardsley e William Bradley.

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